![]() |
Jhecy
Silva
|
Antes
de qualquer explanação, perguntemo-nos no íntimo o que seria essa dupla
personalidade. Não me refiro a pessoas com transtorno bipolar, psicopatas,
sociopatas e afins. Mas de imediato não revelarei o foco exato da minha
intenção, deixo pra vocês esse pequeno trabalho.
Estamos
em um ano eleitoral. Processo esse que já está em andamento. Já vemos nas ruas
os cartazes, os carros cheios de fotos de pessoas sorrindo com grandes
sequências de números ao lado, entregam-nos panfletos, ouve-se ridículas
paródias de músicas mais ridículas ainda. Estes são os indícios que estamos
próximos de mais um longo dia de escolhas e votação, mas o que realmente
chama-nos a atenção é a mudança total de comportamento de certos candidatos.
Os
candidatos a cargos públicos são criaturas interessantes (são dignas até de
análise científica, mas isso não é importante agora), pois antes de estarem
nesta condição eram totalmente alheios a qualquer ser humano que não houvesse
ligação direta com ele (familiares, empregados, gerente do banco, o cliente
preferencial...), mas incrivelmente, num estalar de dedos, eles se importam com
todos. Ajudam, preocupam-se, são amigos, bebem até no mesmo copo que você pra
mostrarem companheirismo e transmitir confiança. Não sei para vocês, mas para
mim há algo bastante errado aí.
Como
confiar em alguém que só está sendo “gente boa” só para ganhar meu voto?
Daí a
necessidade de muitos de quererem insistentemente colocar no meio político
pessoas de origem humilde. Simples mesmo. Pelo menos essas pessoas vivem como a
maioria e sabem realmente o que deve ser corrigido na sociedade e para a
sociedade. Mas e quando esses ditos humildes e simples acabam mudando para
carrascos mesquinhos ao ter o poder nas mãos? Fato. Pode ocorrer. E acontece
mesmo.
O poder
modifica o ser humano. Sei que você irá recordar-se daquela afamada frase de
Abraham Lincoln que diz: "Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se
quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe
poder”. De fato. Coloque poder nas mãos de um ser
humano e você o conhecerá verdadeiramente.
Não
sei dizer o que acontece, afinal, nunca tive o poder nas mãos, a não ser o da
minha própria vida, aliás, nem isso. Mas imagino que se uma pessoa tem a
oportunidade de mudar a vida de tantas outras, porque se permitir deslumbrar e
cair no erro? Esquecer-se do que prometera ou do que realmente deveria ser
feito? Não gosto de julgar e nem tenho esse direito, mas para nós que
dependemos da consciência de pessoas que colocamos o poder em suas mãos, me
vejo, sim, no direito de questionar e cobrar.
Por: Jhecy
Silva